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Roteirista de Manaus, Ademar Vieira é escolhido para desenvolver obra inacabada de Stan Lee

O jornalista, roteirista e quadrinista Ademar Vieira foi escolhido para desenvolver a HQ “Death Hunt”, uma obra inacabada do mestre dos quadrinhos de super-heróis, o norte-americano Stan Lee, falecido em 2018. A HQ acaba de ser lançada por meio da parceria da produtora americana POW! Entertainment e a brasileira Eleven Dragons e também conta com outros artistas nortistas e indígenas em seu desenvolvimento.

O anúncio do lançamento foi feito durante a Comic Con Experience, CCXP22, em São Paulo, no último domingo.

A história de “Death Hunt” se passa na Amazônia dos dias atuais. John Cord, um policial de Nova Iorque, tem seu irmão, o ambientalista Brent, desaparecido em circunstâncias misteriosas, enquanto investigava um garimpo ilegal, localizado nas terras de um povo indígena, que há muito tempo se isolou do contato com o mundo exterior.

Cord chega a Manaus e descobre que uma amiga de Brent, Niara, uma jornalista de origem indígena, está investigando o caso por conta própria e é nesse contexto, que uma trama cheia de reviravoltas, suspense, ação e ficção científica se desenrola.

Segundo Ademar Vieira, o convite para roteirizar Death Hunt surgiu após a produtora Pow! Entertainment, empresa do Stan Lee, que detém os direitos autorais de várias obras do artista, ter tido a ideia de buscar uma parceria no Brasil para que os próprios artistas brasileiros pudessem falar com propriedade sobre o tema Amazônia, cenário da história. A produtora de quadrinhos Eleven Dragons de São Paulo, foi a escolhida, mas o CEO da Eleven Dragons JP Sette, ainda achava que eles não tinham a propriedade adequada para falar sobre a Amazônia, então, decidiram chamar artistas do Norte para o projeto. “Eu, por ser roteirista, acabei sendo escolhido para fazer o roteiro, sob a supervisão do JP”, disse Ademar.

Segundo o CEO da Eleven Dragons, que também atuou como roteirista, juntamente com o amazonense Ademar Vieira, autor da premiada HQ “Ajuricaba”, desde o início a ideia era trazer artistas amazônidas e/ou indígenas para o projeto. “A gente não apenas deu o lugar de fala a quem é da região, mas também enriquecemos bastante a obra e demos substância, com detalhes que só quem é do Norte conhece e que agora podemos apresentar para o mundo”, disse Sette.

Para o roteirista Ademar Vieira, o desafio foi atualizar a obra inacabada deixada por Stan Lee e dar mais protagonismo para a Amazônia e todas as questões que a envolvem. “A gente não queria que a Amazônia fosse apenas o cenário de uma história de um herói americano, por isso, tentamos trazer os problemas enfrentados pela região nos dias de hoje para o centro da narrativa, destacando e discutindo os garimpos ilegais em terras indígenas e quem se beneficia com isso”, explicou.

A HQ que contará com seis volumes, sendo o primeiro lançado na CCXP 2022, será publicada inicialmente em formato digital e também traz Greg Tochinni, de “Thor Sons of Asgard” da Marvel, como capista; os desenhos ficam por conta de Rick Troula, artista da casa Eleven Dragons e autor das HQs “Displaced” e “Sword”. A artista visual indígena paraense Tai Silva é a colorista; e a leitura sensível ficou por conta da ativista e pesquisadora de relações étnico-raciais, a amazonense, Jamille Anahata. O ilustrador paraense Keoma Calandrini é um artista convidado que também participa da obra.

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