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O Curumim e sua turma celebram 40 anos de história em 2023 com novidades

O último herói da Amazônia é criação do jornalista e cartunista amazonense Mário Adolfo Castro

A primeira tirinha do Curumim, personagem criado pelo jornalista e cartunista amazonense Mário Adolfo Castro foi publicada em 1º de maio de 1983, no Jornal A CRÍTICA. São 40 anos de muitas histórias e aventuras vividas pelo pequeno garotinho indígena junto com sua turma. Mas não para por aí: para além dos quadrinhos, muitas novidades marcam essas quatro décadas de sucesso do último herói da Amazônia. 

A começar pela “Floresta do Curumim”, a programação de férias do Manauara Shopping, que iniciou nesta segunda-feira (9), e vai até o dia 30 de janeiro, no piso Castanheiras, em frente à Ramsons. A iniciativa, que une cultura, diversão e consciência ambiental é voltada para as crianças de 02 a 11 anos. Serão promovidas várias atividades e os pequenos ainda poderão interagir com os clássicos personagens da Turma do Curumim. 

Outra grande novidade é que, em breve, será lançado o musical infantil com músicas assinadas pelo próprio Mário Adolfo e pelo compositor Zeca Torres. “Acho que em 2023 ainda sai o musical – Curumim em busca da Flor da Vida. Estamos trabalhando para isso. Mas o grande sonho mesmo é fazer o programa ‘Tribo do Curumim’, na TV, e lançar um desenho animado. Em maio vamos lançar uma exposição de comemoração dos 40 anos do Curumim’, revela o jornalista. 

História 
Curumim foi lançado na época em que Mário Adolfo trabalhava como repórter no Jornal A CRÍTICA, onde atuava desde 1976, quando ingressou no curso de jornalismo da UFAM. Ele conta que o projeto nasceu depois de um desafio feito pelo Sr. Umberto Calderaro (em memória), o dono do jornal. Mas por que ele criou esse personagem? O jornalista precisou voltar ao tempo de faculdade para contextualizar. 

“O professor Ribamar Bessa, da coluna ‘Taquiprati’, me convidou pra colaborar com o jornal Porantim, jornal em defesa da causa indígena. Era só charge ‘batendo’ na Funai e denunciando o genocídio das nações indígenas (não mudou muita coisa). Foi daí que nasceu essa identidade com a causa indígena, quando vivíamos uma ditadura e os índios sofriam toda a sorte de ataques, invasões, violência, exploração de suas riquezas… Uma página triste de nossa história. Então resolvi criar um herói para defender a floresta, os bichos, os índios, o meio ambiente: Curumim, o último herói da Amazônia. Quer dizer, se passar por ele, não terá mais salvação. (risos)”, explica Mário. 

De acordo com o jornalista, o principal objetivo dele ao criar o Curumim era defender a natureza e a biodiversidade. “Isso em 1983, uma época que não havia, digamos assim, o ‘modismo’ de defender a ecologia”, ressalta Adolfo.

“Tanto que a primeira tirinha do Curumim, publicada em 1º de maio de 1983, mostrava o indiozinho na cidade lendo placas do tipo ‘proibido pisar na grama’, ‘proibido dar comida aos animais!’, ‘proibido estacionar’, ‘proibido para menores de 14 anos’ e, quando ele volta para a aldeia ele sai enchendo a floresta de placas – ‘proibido cortar árvores’, ‘proibido jogar lixo no rio’, ‘proibido caçar os animais…’ Foi isso, alertar as crianças para a defesa da vida, do planeta, da Amazônia”, completa.

Personagens
Depois Mário criou a personagem tartaruga que, de acordo com ele, na época integrava a lista de extinção dos animais da Amazônia. “E batizei o nome de Sarah Patel, que é o prato preferido dos amazonenses, numa época em que todo mundo comia tartaruga. Um verdadeiro ‘tartaruguicídio’. Banquete que se prezava, principalmente de políticos (risos), tinha que ter uma tartaruga com seus pratos variados. Foi uma forma de protestar contra a matança dos quelônios. Ainda bem que hoje isso acabou. Mas, na época, vendiam tartaruga livremente. Até no mercado”, recorda o jornalista.

Mário recorda alguns acontecimentos marcantes ao longo desses 40 anos. “Tem história. Aliás, histórias, várias. O Curumim foi tombado como Patrimônio Cultural do Estado do Amazonas, pela Assembleia Legislativa; foi lançado na Academia Real de Ciências Sueca (onde é anunciado o Prêmio Nobel), em Estocolmo, numa palestra do governador Amazonino Mendes; contou a  história da ópera em quadrinhos,  na Bienal Internacional do Livro, no Rio, no ano 2000…”, recorda. Neste ano foi lançada, inclusive, uma coletânea de quadrinhos do Curumim, que pode ser adquirida pelo número (92) 99981-7467. 

“Como disse em entrevista recente, mesmo aos 40 anos o Curumim continua ‘curumim’. Nunca deixei morrer a criança que existe dentro de mim e também nunca deixei o velho entrar. Quando desenho tirinhas do Curumim me sinto o próprio, andando entre árvores, conversando com bichos e pulando de cabeça nas águas dos rios e igarapés”, conclui o cartunista.

Fonte: Portal A Crítica

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